terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Carnaval

Carnaval é uma festa tipicamente brasileira. Portanto, isso quer dizer que tem o mais baixo nível cultural. Brasileiro gosta de carnaval, brasileiro gosta de vadiar. Brasileiro gosta de samba, brasileiro gosta de música ruim. Brasileiro gosta de fazer neném no carnaval, mas brasileiro não gosta de criar sua prole. E assim vai. Não estou generalizando, estou só constando. São quatro dias de folia (leia-se bagunça e vadiagem), onde tem bebida, sexo e lançaperfume a vontade. Tudo liberado. Mas qual o problema, é Carnaval.

Dizem de o ano no Brasil começa só depois do carnaval. Verdade. Chega dezembro e brasileiro não trabalha por que é fim de ano. Lógico, trabalhar no Natal? Claro que não. Ai chega Janeiro. Férias. Fevereiro também não trabalha, para cair na folia. Três meses que um país para. Mas o Brasil é uma potência mundial, o que vale é a alegria nesses meses, e se fuder o resto do ano. E na Bahia, o ano começa em Julho, quando eles realmente acabam o carnaval, e terminam de limpar a cidade.

Uma marca registrada do carnaval, são as mulheres brasileiras. Sempre a vontade, elas mostram todo o seu gingado. Mostram toda a sua volúpia. E mostram todo o seu rebolado. E mostram tudo, literalmente. Mas é carnaval, uma época em que ninguém será preso por sair despido pela rua. O mesmo que cometa gestos libidinosos em publico. Pode levar seu filho de treze anos lá, ver muitas bundas desnudas no salão sem problema. Depois ele vai na igreja, reza dez pais-nossos e está tudo certo. Pode dar bebida alcólica a todos. E claro, pode distribuir camisinhas a vontade. O governo distribui preservativos no Carnaval. Dizem que é para evitar transmissões de DST. Só um governo tão sério como o nosso para tomar uma medida tão sensacional quanto essa. Podiam aproveitar e distribuir comida lá no sertão também. Mas o governo está mais preocupado como o Carnaval, onde gringo vem prestigiar. Não pegue doenças sexuais no Carnaval. Mas no resto do ano pode.


Uma das grandes atrações do carnaval são as populares marchinhas. Com uma letra invejável e muito bem elaboradas, demonstram todo o poder criativo do brasileiro. "Olha a cabeleira do zezé, será que ele é, será que ele é?". Notem que composição. Deixaria Renato Russo de boca aberta, tamanha a genialidade. Até Silvio Santos, o mais brasileiro de todos os brasileiros, canta marchinhas sobre o vovô que não sobe mais, e o me dá o dinheiro. Claro que são músicas dizem que brasileiro é impotente e bandido.

Dizem que quem mais odeia o carnaval são os roqueiros. Não. Quem mais odeia são os garis. Na Quarta feira de cinzas, além de limpar as cinzas, eles se deparam com um enorme acumulo de lixo, que inclui latas de cerveja barata, preservativos usados, purpurina e membros humanos dilacerados. É um trabalho e tanto, o que nos fazem valorizar o nosso. Porém Boris Cassoy ri disso.

Já quem ama o Carnaval, além de baiano e carioca, é a Rede Globo. A emissora transmite os desfiles das escolas de samba. Pra você que não teve oportunidade de ir pular o carnaval, tai um grande atrativo. Ver o carnaval na Globo é uma experiência unica, além de extremamente excitante. E quando não estiver conseguindo dormir, sintonize que estará aos sonhos depois de cinco minutos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Revi: Alpha Dog

ATENÇÃO: A resenha a seguir contém Spoilers, portanto se não viu o filme ainda, levante este traseiro fétido da cadeira e vá a uma locadora, para assistir ao filme. Se estiver com preguiça o problema é seu. Além do mais, corre um grande risco de ficar boiando com a resenha.



Certos filmes ficam na memória. E grande parte das vezes, por são muito bons, inesquecíveis,com cenas antológicas que todos lembram. Todo mundo tem os seus. Muitos citam Titanic (Arghhh), O Senhor dos Anéis, enfim. Esse não é o caso de Alpha Dog. Porém, o filme com consegue transmitir uma mensagem peculiar, rara de encontrar e que com certeza fará muita gente pensar no assunto, principalmente a galera jovem.

A primeira vez que vi Alpha Dog, me senti totalmente pasmado com o que acontece em seu final. Mais até que The Mist ou O Sexto Sentido, e olha que estes são campeões. É tão inacreditável, que só sendo real para ter algum sentido tudo aquilo. E é real. O filme é baseado numa história verdadeira ocorrida no final de 1999. Os nomes foram alterados por medidas legais, portanto o protagonista Johnny Truelove ( Vivido por Emile Hirsch de Na Natureza Selvagem) é na verdade Jesse James Hollywood que foi inclusive encontrado por agentes da Interpol aqui no Brasil, exatamente em Saquarema no Rio de Janeiro em 2005.

Dai já dá pra ter uma noção que muito da história verdadeira é distorcida. Mas e dai, o que importa é diversão, e isso o filme proporciona. É uma viagem a vida fútil e desenfreada de um grupo de jovens americanos, onde drogas, festas regadas a muita bebida e trafico são uma brincadeira sem limites. Pelas conversas do inicio do longa, já dá pra notar que são crianças crescidas, que tem tudo na mão dado pelos pais. Já vemos lá, além das drogas e bebidas alcólicas, sexo e violência. Mas não levados as últimas consequências. Lembre-se, é tudo uma brincadeira de criança. Até um sequestro vira brincadeira neste mundo, e a situação foge do controle.

O diretor e roteirista Nick Cassavetes ( do ótimo Um Ato de Coragem) comanda um show a parte. Há grandes atuações exageradas (Ben Foster) e grandes atuações discretas (Bruce Willis). E falando em atuação exagerada, Sharon Stone faz sua melhor cena desde "Cassino", coberta por uma maquiagem que a deixou irreconhecível. E Justin Timberlake mostra que não sabe só fazer músicas de gosto duvidoso.

Outra boa sacada do diretor foi enumerar as testemunhas, 38 ao final. Para quem já viu o filme, este detalhe faz toda diferença e deixa a sessão mais deliciosa ainda. E claro que o final foi menos tenso e alucinante que da primeira vez, porém deixa mais clara ainda a indignação e o quanto decisões pequenas e infames e também descabeçadas, podem ter um final trágico.